Um Breve Histórico sobre a massa de modelar Cerâmica Plástica

Cerâmica Plástica, massa de modelar que endurece definitivamente em forno comum de cozinha.

Na Alemanha

A origem deste tipo de massa remonta meados do Século XX. Naquele tempo, na Alemanha, a mundialmente famosa fabricante de bonecas Käthe Kruse buscava por uma massa, com a qual poderia modelar as cabeças das bonecas com a máxima fidelidade aos detalhes.

Sophie Rehbinder Kruse, Foto: Torsten Rehbinder

Foi a sua filha, Sophie Rehbinder Kruse, que conseguiu dar o grande passo, em 1939. Pesquisando uma massa de modelar e incorporando, entre outras coisas várias cores brilhantes ao produto. Em seguida, começou a modelar várias coisas como jarrões, brinquedos e bonecos. A massa de modelar, hoje mundialmente famosa, deve o seu nome a Sophie Rebinder Kruse: Do seu diminutivo “Fifi”, combinado com a sua paixão pelo mosaico, cria o nome “FIMOIK”. Em 1954, Sophie desenvolveu a primeira caixa de massa de modelar.

Mais tarde, no ano de 1964 a empresa Eberhard Faber adquiriu todos os direitos sobre a massa de modelar e, em 1966, deu-lhe o nome de “FIMO”. Desde 1978 a FIMO pertence à STAEDTLER.

Em 1971, a norte americana Pier Voulkos, filha do conceituadíssimo ceramista Peter Voulkos, descobriu essa massa, revolucionando seu uso, antes destinado apenas às crianças. Acredita-se que seja a primeira pessoa a trabalhar de forma artística com esse tipo de massa de modelar, desenvolvendo técnicas inovadoras. Esse foi o ponto de partida para que muitos outros artistas talentosos descobrissem também o potencial artístico dessa massa.

Nos Estados Unidos

Na decada de 1960:  No início da década de 1960, cientistas de um laboratório americano procuraram criar um composto de transferência térmica para proteger transformadores elétricos. O material, uma massa maleável, não teve sucesso em sua finalidade inicial. No entanto, um membro da equipe percebeu o potencial versátil e criativo da massa polimérica e assim nasceu a Sculpey!

1967:  Originalmente conhecido como Polyform, o que hoje é chamado de Sculpey começou a ser vendido em 1967 em apenas uma cor: branco. Foi um grande esforço colocar a massa Sculpey nas mãos de artesãos em feiras de rua e pequenas lojas de arte nos Estados Unidos. A massa polimérica não tóxica decolou como um novo material de escultura popular.

1984:  Em meados da década de 1980, Sculpey introduziu as massas coloridas com pigmentos, abrindo as criações com Sculpey para um novo mundo de possibilidades. Ao mesmo tempo, a massa polimérica se tornou popular, nos Estados Unidos como um material artesanal divertido e acessível para todos.

Fonte: https://www.sculpey.com/blogs/blog/the-history-of-polymer-clay

No Brasil

Em 1992, essa massa de modelar chegou ao Brasil. Tudo começou quando a dentista paulistana Vera Rosenthal Kahn, em viagem com a família por Israel, encantou-se com o material, muito utilizado naquele país. Lá, muitas crianças e jovens a utilizavam para modelar com as próprias mãos pequenos presentes a serem trocados com amigos e parentes, como forma de estimular a criatividade e os laços de amizade. Isso encantou também seus filhos, que, de volta ao Brasil, não encontravam aqui tal material, totalmente desconhecido dos brasileiros. Foi quando Vera teve a ideia de importá-lo, sentindo um grande filão comercial nesse produto, dando origem então ao Ateliê Fimo, no coração da Vila Madalena, bairro de São Paulo onde morou Beatriz Cominatto, muito conhecido pelo seu lado artístico e inovador.

Era um material inusitado para os brasileiros. A princípio ela fazia divulgação em colégios, e foi quando constatou que poucas escolas daqui priorizavam a educação artística. Isso a fez ir atrás de arte educadores, para tentar priorizar o ensino de arte nas escolas, e divulgar o novo produto. Encontrou mais respostas em escolas de origem norte-americana e europeia, e principalmente nas de educação judaica, onde tinham bons professores de arte, e os próprios pais acabavam também estimulando seus filhos na compra da massa Fimo, encontrando nela um material diferente do convencional, lúdico e de muito estímulo à criatividade. Paralelo a isso, colocou o produto na mídia, principalmente divulgando em editoras de revistas especializadas em artesanato.

(Excerto do livro Fazendo arte com Cerâmica Plástica, Beatriz Cominatto, editora Disal, 2ª reimpressão.)

De onde surgiu o termo “Cerâmica Plástica”?

No início dos anos 2.000, quando só tínhamos uma marca de massa vinda de fora, a empresa que a importava resolveu popularizar seu nome por achar que assim a sua divulgação seria mais fácil. Passou a chamá-la de Cerâmica Plástica, promovendo inserções em programas de TV, revistas e feiras. O nome “pegou”, diferente de outros países onde é chamada de Polymer Clay ou Arcilla Polimérica.

(Por Beatriz Cominatto)

Como Nasceu a Cerâmica Plástica PVClay Polymer Clay

 Eu trabalhava na área técnico-comercial de uma empresa no Rio Grande do Sul que atuava no ramo de enfeites para calçados, onde os modelistas constantemente solicitavam novas ideias. Foi então que, no ano de 2006, fui buscar inspiração no Google, procurando por Joias e Bijuterias, e me deparei com um site fantástico chamado Portal das Joias. Ao acessar o menu desse site, vi algo que chamou muito minha atenção: Bijuteria Fimo. Confesso que nunca havia ouvido falar nisso. Quando cliquei no link, fiquei encantado com cada trabalho e com as explicações didáticas em cada página, e notei que todas estavam assinadas por Beatriz Cominatto. Ao final de cada página, havia um livro , de autoria dela, à venda.

Imediatamente, entrei em contato por telefone para comprar o livro e aprender o máximo sobre fazer arte com cerâmica plástica. Acertamos a forma de pagamento, e ao final da nossa conversa, ela me perguntou: “Por que você quer comprar o livro?”

Respondi, com uma certa ingenuidade: “Acho que sei fazer.” Ela perguntou: “Fazer o quê?” E eu respondi: “A massa.” Nesse instante, ouvi um “juraaaaa” que ainda guardo na memória. Então combinamos que eu aguardaria o livro chegar para ter uma ideia melhor sobre o produto e a manteria informada. Propus a ela que faria uma amostra e, assim que chegasse a um resultado que considerasse satisfatório, encaminharia essa amostra para avaliação. Ela fez melhor ainda: comentou que havia um grupo de amigas que se reunia de tempos em tempos para trocar ideias sobre descobertas de técnicas de modelagem usando a massa importada e que essas pessoas também avaliariam a amostra. E assim foi feito: enviei muitas amostras e a avaliação de cada uma delas vinha por e-mail, em uma tabela com aspectos positivos e negativos. Foi quando Beatriz Cominatto disse: “Agora ficou boa”. Quando é que você começa a entregar?” Ofereci ao proprietário da empresa em que eu trabalhava e ele não se interessou. Procurei por outros colegas de profissão, que me olhavam com aquele olhar de “Acho que ele ficou louco com essa história de massinha de modelar.” Havia uma outra colega minha em Porto Alegre, proprietária de uma empresa fabricante de brindes, que adorou a ideia e lá começamos nosso negócio. No início, já em 2008, eu faria a parte técnico-industrial e ela a parte comercial. E assim foi até que a empresa de brindes dela começou a exigir mais tempo, de modo que não havia mais espaço para a ‘massinha’. Comecei, então, a fazer a área comercial também. A marca era Bozzi-Super Polymer Clay.

Em 2012, não havia mais motivos para continuar com nosso acordo e, graças ao firme apoio da minha esposa, Telma R. Valente, começamos do zero a nossa PVClay (sigla feita da junção de PVC com Clay). 

 

 

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